domingo, 5 de outubro de 2008

Nokia: 5310 OU como parei de me preocupar e passei a amar o mundo capitalista

A exemplo dos computadores, cujas dimensões lembravam um estádio de futebol no início, os celulares estão cada vez menores, não só portáteis, mas vendidos a preços mais acessíveis. Chegam ao cúmulo de custar um mísero real em planos de fidelidade com empresas de telefonia (menos que um cafezinho, já diria aquele sujeito que tenta te empurrar aquela m*&%# da TEKpix todo final de semana na TV).

Min comprä!!!11 Sol legs. Tresentoz e quäremta e seiz veizs de 1,666 Sem Juros*

Faz um bom tempo que a convergência digital é a regra primordial de qualquer marca que se proponha a lançar parafernálias tecnológicas, bem como o tempo e a concorrência seus mais cruéis inimigos. Pois bem, esses inimigos juntaram forças e acabam de pregar uma peça em tanto naquilo que tem sido a coqueluche da Europa desde o início do ano de 2008.

A Nokia lança para a imprensa mundial, neste final de semana, em noite de gala na Inglaterra, o aparelho celular que promete colocar o iPhone para correr e chamar pela mãe. O Nokia 5310 é cópia do irmão mais velho da Apple e, como todo lançamento tardio que pretende se manter no mercado, tem uma carta na manga. É praticamente igualzinho o seu rival.
Como assim? Essa é a carta na manga? Não faz torradas? Nem reserva pra geléia? Bom, é que no mesmo evento que mostrará ao mundo o novo celular da Nokia, a empresa também estará promovendo o lançamento da Nokia Music Store, cópia do irmão mais velho iTunes. Tá, até agora nada de mais, ao invés de uma são duas cópias: uma do aparelho e outra de um serviço já existente. Qual é a ameaça ao império da maça mordida?

Pois bem, se depender da Nokia os lucros do iPhone vão ser, sugestivamente, melhor abocanhados: o novo celular da japonesa que é a verdadeira feira da fruta! É que o 5310 da Nokia traz consigo o slogan “comes with music” (“vem com música”, em tradução literal). E não, não é mais um pacote de downloads gratuito sem graça de algum artista pop esquecido. Passa longe da estratégia falida da Samsung do pacote “descolado” de “músicas exclusivas” do Kid Abelha e do DJ Marky de grátis para quem comprar o celular. É algo maior, muito maior.


Nada mais que acesso ilimitado e gratuito a todas as músicas da Nokia Music Store, que até agora conta com o catálogo das gravadoras Warner, Sony, Universal e, em atual negociação, com a EMI e outras gravadoras de menor porte. É quase que a totalidade das músicas pop do mercado.
Por um ano o cliente pode, e vai (sem dúvida), passar boa parte do dia baixando de graça e legalmente músicas a rodo para seu aparelho. Depois disso terá que pagar pelos downloads, mas continua tendo os direitos legais sobre todas aquelas que já baixou. Dependendo da agilidade do cliente nesse primeiro ano, o aparelho saí de graça e com saldo positivo ainda no primeiro mês. Será que o Metallica surta de novo?! Aposto que daqui a pouco o James Hetfield ta é cantando: “And mp3 for all”!

Até o James Hetfieldvai querer um

Depois do Napster, quem diria, já dá até pra brincar de ser pirata bonzinho, daquele que nem rouba o baú e saí com o tesouro. Dizem por aí, no senso comum, que os irmãos caçulas são os mais queridos. Na lógica da tecnologia a alegação se sustenta, já que toda versão 2.0 que se preze deixa no chinelo a que a antecede. Resta aguardar agora se a Apple entra em trabalho de parto em breve ou prefere a crise de abstinência e fica pra titia. Enquanto isso, a família Nokia não para de crescer e reproduzir, feito lindos coelhinhos brancos, famintos por cenour... hããããã, maças.

Augusto Conter Filho

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Cinema e fatalidade: o cultivo do ódio como estopim da tragédia social

Estudante mata dez pessoas em escola da Finlândia e depois se suicida. Sente o déjà-vu? Pois você não está enganado. O que é manchete mundo afora na manhã de hoje já é tema recorrente nos jornais há um bom tempo.

Não precisa ir muito longe para essa sensação de repetição se comprovar. Ainda em novembro de dois mil e sete, outro adolescente da Finlândia havia promovido uma chacina semelhante. Pekka-Eric Auvinen, 18 anos, matou oito pessoas antes de cometer suicídio, totalizando apenas uma morte a menos se comparada com o caso mais atual.

Alguns dias atrás, o estudante Matti Juhani Saari, de 22, havia posado para um vídeo publicado no web-site You Tube, com uma camiseta estampada com os dizeres “humanity is overrated” (a humanidade está ultrapassada). Nele, praticava tiros com o revolver que usaria na matança de hoje. A polícia já havia entrado em contato com o rapaz ontem (dia 22), por conta do vídeo que circulava na internet, mas não encontrou motivos fortes o suficiente para deter o estudante, que possuía um porte temporário para a sua pistola.

A violência com os outros e consigo mesmo é freqüente no dia a dia entre os jovens nas grandes cidades, independente da classe econômica. A cada número X de meses a situação se repete, de forma mais ou menos semelhante, em algum lugar do globo. Problemas psicológicos, tais como, abandono dos pais, deslocamento social, abuso por terceiros e crise de stress gerada pela pressão exacerbada por sucesso no mundo contemporâneo, são apontados por especialistas como fortes sementes de desvios emocionais graves.

A sétima arte retrata algumas dessas incursões de ódio, raiva e matança suicida que tomam conta da vida de adolescentes problemáticos. Elefante, filme de 2003 de Gus Van Sant, retoma, em atuação, a tragédia que ficou conhecida como “Massacre de Columbine”, onde dois estudantes levaram um arsenal de guerrilha para a escola em 1999. Antes, o filme de Michael Moore, Tiros em Columbine (2002), já havia vencido o Oscar de melhor documentário abordando a liberdade para as armas nos EUA e o fatídico episódio dos adolescentes de Columbine.

Representação do dia a dia de um dos assasinos de Columbine no filme de Gus Van Sant

Por trás desses atos, estão muitos jovens bem nascidos que, apesar de ocuparem nobres níveis de classe econômica e estudarem em bons colégios, ainda sim, vivem em um mundo de pressões e exigências demasiadas que culminam em atitudes de loucura.

Sandro Barbosa do Nascimento, 22, não tinha a mesma boa vida dos dois jovens Finlandeses ou dos adolescentes de Columbine, mas foi também vítima de pressão social cruel e implacável. Vítima da antiga chacina da Candelária, drogado, desempregado, sem perspectiva alguma de futuro e com a tragédia do abandono seu pai e o presenciamento do assassinato de sua mãe ainda na memória, tinha uma vida que pode ser classificada como intensamente trágica. Carioca, é autor do episódio que ficou conhecido como o “Seqüestro do Ônibus 174”, nada mais que fruto do ódio e do medo que a sociedade semeou nele durante toda uma vida como mais um “invisível social”, desprovido de oportunidades e à margem de uma vida digna.

Essa tragédia também já rendeu um documentário premiado, “Ônibus 174”. Agora vira filme de ficção, como mais uma tentativa de melhor explorar o psicológico do autor do atentado. “Última Parada – 174” ainda não estreou em circuito nacional, e teve apenas uma semana de exibição em um cinema em Jundiaí, para que, assim, pudesse ser representante nacional na corrida para o Oscar 2009.


Os filmes nos ajudam a entender algumas das motivações desses adolescentes, mas não dão conta de efetivamente explorar a complexidade sentimental que os levam a tal atitude extremada de raiva e ódio, como uma chacina na escola. A raiva é um sentimento bom e ruim, mas que se acumulado ao extremo em uma mente instável, torna-se uma bomba relógio esperando o último tac.

Nenhum país está livre disso, por mais desenvolvido que seja. Nenhuma classe social, por maior ou menor que sejam as dificuldades enfrentadas. Infelizmente essa não será a última manchete que veremos de chacina promovida por estudantes em escolas. Assim como um bom filme de comédia rende uma segunda parte, essa é uma tragédia que renderá mais déjà-vus. E a arte segue imitando a vida... ou seria o contrário? Seja como for, ad infinitum.

Augusto Conter Filho

terça-feira, 22 de julho de 2008

Sobre caça-niquéis e roleta-russas


É engraçado como muitas vezes somos feitos reféns dos patrocinadores dos grandes estúdios de entretenimento e nem nos damos conta. Ou ainda como nossos momentos de lazer estão intrinsecamente ligados a ganhos financeiros e interesses mercadológicos e não à velha e romântica vontade de satisfazer a audiência.

Recentemente assisti Efeito Borboleta 2... e sim, é horrível. No entanto é muito simples atrelar o baixo potencial inventivo e qualidade de conteúdo do produto final a um simples amadorismo ou falta de competência por parte de seus realizadores imediatos. O buraco é mais em baixo. O que realmente chama a atenção no DVD de Efeito Borboleta 2 é um único e singelo extra, denominado de Making Off da produção. Esse bônus significativo, que quase me passa despercebido, elucida a audiência de muitas questões burocráticas de Hollywood quanto a definição dos rumos na sétima arte, sobre o que veremos, por quanto tempo e com qual propósito.

Nesse extra, o diretor do filme, John R. Leonetti, aparece quase que como se desculpando por ter feito a audiência gastar 1h e 20m de sua existência (é pouco, ainda bem) em um filme que não vale a pena. Isso fica perceptível pela contundência com que ele frisa que a produção teve apenas 20 dias para filmar. E repetindo - exaustivamente - esse prazo, ele afirma "fizemos um bom trabalho", que o resultado foi o melhor que eles poderiam conseguir no tempo que lhes foi destinado, como se estivesse tentando convencer a si próprio de que o filme não é um total desperdício de tempo com o propósito de contar uma história antes já vista.

A situação fica ainda mais dramática se levado em conta de que se trata de uma estória cuja moral é a de que não podemos consertar o passado e de que devemos prestar atenção é com nossas decisões presentes e futuras. Ou seja, você PERDEU seu tempo e dinheiro vendo esse filme sim, não adianta tentar voltar atrás, capisce?

Tal pedido de "desculpas" ontológico ao discurso do cineasta & cia. limitada é ainda mais evidente ao constatarmos nesse extra de 15 minutos que praticamente nenhuma das opções tomadas no filme era como eles originalmente queriam conduzi-lo, mas sim, mero infortúnio do destino, condicionado pela verba limitada destinada a produção e ao curto prazo para sua execução. Assim como é via de regra nas continuações não originalmente planejadas, mais um indício na conclusão de que, sim, o filme nasceu errado. Quer outros exemplos que confirmam a tese? Segundas Intenções 2 e 3; Premonição 2 e 3; American Pie 4, 5, 6 e todos que seguirão na franquia; além de, é claro, Mortal Kombat 2, que, coincidentemente, foi o ultimo filme dirigido por John R. Leonetti para o cinema antes de dar a vida a Efeito Borboleta 2. Nesse intervalo de 10 anos ele ficou trabalhando só com TV e direção de fotografia na sétima arte.

Agora você se pergunta, se o filme teve todo seu roteiro modificado e feito as pressas por que diabos ele foi feito? Essa resposta é facilmente encontrada ao analisarmos o quanto ele rendeu ao seu estúdio. Custou US$ 13 milhões e faturou mais do que sete vezes este valor somente nas bilheterias (isso que nos EUA não estreou na telona, foi direto para o DVD). Ou seja, mais um belo exemplar do famoso caça-níquel que estamos cansados de ver. As indústrias não disponibilizam mais verba e, no entanto, também não vetam certos projetos por puro interesse comercial. É um lucro surpreendente conquistado pela continuação barata e as pressas do primeiro filme. A marca vira um ganho certo, tão forte que independe da qualidade do produto subsequente.

E quem é o grande culpado por isso? Seria John R. Leonetti, o diretor de TV? O grupo de atores desconhecidos? O escritor Michael D. Weisse que viu seu roteiro original ser todo retalhado? Não, todos eles só queriam garantir o leitinho das crianças e o retiraram DAS PEDRAS. Os verdadeiros culpados são os grandes estúdios que emergem em sua ganância de forma que já foram sufocados pelo dinheiro e não conseguem mais voltar. Essa sequência só serve para manchar a reputação do bom Efeito Borboleta original. Existem fãs raivosos por aí, isso é fato. Querem ver sangue? Eu proponho "enforquem a New Line Cinema, já!".


Va fa' Napoli! Ham.
Augusto Conter Filho

segunda-feira, 23 de junho de 2008

CSS em todas


As vésperas do lançamento do segundo e aguardado album, Donkey, os paulistanos do CSS estão em todas as manchetes musicais mundo afora.
Seja pelo lançamento inglês do primeiro single, Left Behind, dia 14 de julho ou do album completo, no dia 21; seja pela participação de Lovefoxxx no disco novo do Primal Scream (que também saí dia 21/07) ou seja, ainda, pela capa do Music Monthly, revista mensal do jornal britânico Observer que rasga elogios ao paulistanos, os colocando como um “grupo vital que precisa ser ouvido” e dizendo ainda que eles comporiam a corrente muscial que está alterando a atual concepção de world music.

Até aí tudo normal. CSS bombando no exterior, como sempre, nenhuma novidade. Só que ultimamente a fama que a banda nutre de ter mais destaque no exterior do que no Brasil pode ser contestada. E tudo isso graças ao nosso querido presidente Lula...
Bom, é isso aí... com o fim da CPMF o congresso nacional resolveu criar um imposto com o mesmo nome da banda nacional mais bem sucedida no exterior e nos render manchetes engraçadíssimas, como:

Cresce risco de Câmara deixar CSS para segundo semestre - Folha Online 21-06, 19h35

Garibaldi sugere aumentar impostos de cigarros e bebidas como alternativa à CSS - Folha Online 19/06, 13h18

É bom que CSS volte ao Senado para derrubá-la logo', diz Skaf
- Estadão 17/06, 14h43

só eu to rachano o bico com isso?
encontrou mais alguma manchete boa? manda ver nos comments.
ah, e pra quem tá perdido (evitando futuros erros de compreensão),
segundo o Wikipédia...

CSS pode ser:

CSS pra todo mundo :~

texto: Augusto Conter
foto:
roberta ridolfi - www.mysapce.com/canseidesersexy

terça-feira, 6 de maio de 2008

Decalque da semana


O nome do espetáculo por si só já instiga os interessados. Para quem curte um bom programa cultural, o ballet de Londrina foi a boa pedida do final de semana.
No Decalque apresentado no último sábado (03/05), no Cine Ópera, Romeu e Julieta são um esboço para os bailarinos. Sem compromisso com o texto de Shakespeare, o ballet explora as emoções dos personagens, os quais são traduzidos em movimentos. Ora leves e delicados, ora agressivos e rudes, o modo de mover o corpo é a forma utilizada para se contar a antiga história dos dois amantes de Verona.
Com um elenco de seis bailarinas e seis bailarinos, o palco é tomado por vários Romeus e Julietas, que as vezes se decalcam por mais tempo em deles.
O espetáculo abriu a 22ª Semana de Cultura Bruno e Maria Enei, promovida pela Secretaria Municipal de Cultural de Ponta Grossa, que segue até dia 11 com diversas atividades culturais.

Acompanhe a programação dos próximos dias:

QUARTA-FEIRA (07/05)

-Peça: ‘Doméstica, Graças a Deus!’
Na escola Municipal Eloi Avrechak, às 10h
- Abertura da exposição ‘Coletiva de Telas de Artistas Pontagrossenses’,
No Shopping Total, às 15 h
- Concerto da Banda da 5ª Brigada de Cavalaria Blindada,
No Cine-Teatro Ópera, às 20 h - ENTRADA FRANCA!
- Quarta Cultural apresenta o Concerto de Canto Lírico
No Centro de Cultura, às 20h - ENTRADA FRANCA!

QUINTA-FEIRA (08/05)

-Entrega de prêmios de cultura, com uma série de atividades culturais
No Centro de Cultura, a partir das 19 horas

texto: Ariane Ducati

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Cultura: a gente vê por aqui? (destinado ao debate da cultura local)

Em Ponta Grossa adoram dizer que não há nada o que fazer. Cultura acessível a todos sempre foi uma necessidade de qualquer política de gerenciamento governamental. Há quem diga que inexistem projetos culturais em Ponta Grossa. Essa afirmação constitui uma falácia que aos poucos vai perdendo força perante a comunidade princesina. A cidade nunca esteve tão agitada culturalmente como hoje, seja por iniciativas privadas ou públicas.

O problema não é falta de opções. Existe coisa errada? Sim, e elas devem ser criticadas! Não pela crítica em si, mas buscando o aprimoramento. Um exemplo é a Conferência Municipal de Cultura. É dever da prefeitura realizar anualmente a conferência a fim de definir as diretrizes e o calendário cultural público da cidade. No entanto a participação é pífia: de dez a quinze pessoas por sessão. Isso reflete também a falta de divulgação. Em uma cidade com 300.010 não é possível que apenas seja essa média de pessoas que se interesse pelas discussões que nem são generalistas, mas sim, específicas para cada área: cinema, música, escolas de samba, literatura, etc.

Exemplo da ebulição cultural atual pode ser listada em eventos recentes. Semana passada os cantores do grupo Vocal Tempo, de Cuba, demonstraram talento ao representar instrumentos de uma orquestra através somente de dotes vocais no grande auditório da UEPG centro. Essa apresentação foi gratuita aqui e tarifada em muitas outras cidades pela qual o grupo está passando no Paraná e no estado de São Paulo. A isenção de entrada foi possível graças a uma longa relação de amizade do SESC local com professores e funcionários da universidade. Graças a um simples trabalho de cartazes e flyers, espalhados em lugares estratégicos da cidade, o auditório ficou pequeno, com pessoas abarrotando os corredores e entrada. Quem foi não esquece: um espetáculo formidável, ovacionado de pé pelos presentes.

Nessa semana a Caravana Instrumental, projeto promovido pelo Instituto Votorantim, traz duas apresentações e dois workshops musicais a cidade também de forma gratuita. Nessa terça (22) foi a vez do grupo mineiro UAKTI, em atividade desde 1978, que apresentou no Cine Teatro Ópera o belíssimo espetáculo "21". Também na quarta (23), o grupo ministra uma oficina de improvisação cultural na Usina do Conhecimento. A segunda atração é a Orquestra de Contrabaixos Tropical, grupo erudita que faz de duos até quintetos de baixo se apresentar com um repertório de composições originais e releituras para clássicos da MPB nacional nesta quinta (24), no Ópera novamente. A Orquestra também oferece uma oficina de graça no Conservatório Musical Maestro Paulino Martins Alves sobre "Música coletiva como abordagem da orquestração" no mesmo dia, as dez da manhã.

Mesmo com alguns retrocessos, como o fechamento da Estação Arte, ainda há espaço de exposições artísticas perenes, como a Proex, Museu dos Campos Gerais e a Casa da Cultura. Iniciativas no campo da sétima arte também há de sobra. O projeto Tela Alternativa atualmente está no seu quarto ano consecutivo, o segundo no Ópera. Também de graça – cobrando apenas cinco reais dos participantes inscritos que optarem pelo recebimento do certificado de carga horária – o projeto nunca atraiu tanta gente como atualmente. Em formato semelhante, ainda há o Cine Arte. Realização do Jornal da Manhã busca apresentar ao público e fomentar discussões a respeito da produção de cinema no Brasil através da apresentação de curtas e longas-metragens, entrada franca.

Entre os dias 25 de janeiro e 1º de fevereiro, vale lembrar que a oficina itinerante do Cine Tela Brasil esteve na cidade para ensinar, mais uma vez sem custo algum, técnicas do fazer cinematográfico para os interessados inscritos com mais de 16 anos, dando ainda uma pequena ajuda financeira com alimentação e pagamento de transporte coletivo urbano.

Existe desinteresse pela população em reivindicar a eficiência desses espaços que legitimamente lhe pertencem. Se não há cartazes, mandem e-mails! O que cabe a prefeitura cobrem postura no sentido de divulgação, o que cabe a instituições privadas também. Nem tudo acontece como deveria e não há como esperar vir de mão beijada. O envolvimento da população nas atividades culturais de uma cidade passa do lazer e do agregar conhecimento, é questão de cidadania.

texto: Augusto Conter

Rebueno!

A latinidade musical do grupo Vocal Tempo animou e surpreendeu o público pontagrossense em sua apresentação única na cidade (15/04). No auditório do campus central da UEPG, lotado, os cubanos do Vocal Tempo demonstraram em duas horas de show o ritmo e a peculiaridade fascinante da música de Cuba. O diferencial do sexteto é reproduzir com as vozes o som de diversos instrumentos – banjo, saxofone, trompete, guitarra, violão, percussão, trombone – o que impressiona e entusiasma.
Em uma viagem pelos clássicos da música cubana, como o Mambo 5, e apresentando composições próprias, o grupo fez a platéia vibrar, cantar e aplaudí-los de pé.
Particularmente, foi emocionante! Recordações do tempo em que ‘escapei’ para o México e freqüentava assiduamente o bar cubano Mango Mango – no porto turístico de Ensenada – e ainda, as aulas de salsa, cumbia e tcha-tcha-tcha do guapo professor cubano, Carlos, reviveram nas bailantes canciones do Vocal Tempo. Inolbidable!


“Pero te fuiste cuando menos me llegava la razón. Arrancaste mi esperanza, hiciste trampa al dolor. Pero aprendiste que este luz, ya no me alcanza para el son. Soy la gana que tengo de verte amor.”

Ganas de verte – Vocal Tempo


Reforçando o objetivo primeiro do nosso blog, de mesclar culturas, fazer uma mistureba só pra ver no que dá - ao estilo: Maracatu no Aconcágua e Salsa em Ponta Grossa - deixo a dica da música rebuena do Vocal Tempo ;)


O Vocal Tempo ainda se apresenta nas seguintes cidades do Paraná:
23/04 - Marechal Cândido Rondom
24/04 - Campo Mourão
25/04 - Umuarama
26/04 - Paranavaí
27/04 - Maringá
28/04 - Londrina
29/04 - Cornélio Procópio
30/04 - Jacarezinho

Músicas em: http://www.purevolume.com/vocaltempo
texto: Ariane Ducati
fotos: Augusto Conter